DISCURSAR é influir de diferentes maneiras e metodicamente nos sentimentos e no raciocínio do ouvinte ou do leitor. Para isso há, conforme Aristóteles, o discurso lógico, produzido mecanica ou eletronicamente, em que-tal como na matemática-se atinge uma certeza; o discurso dialético, que embora não pretenda a certeza absoluta, procura a certeza e a veracidade prováveis, mediante a síntese de duas afirmações antagônicas: a tese e sua antítese. É a área das Humanidades.E há ainda o discurso retórico, persuasivo, sem comprometimento com a verdade e também o discurso poético, cujo grau de certeza ou veracidade nada importa: é próprio da ficção ou da fantasia. Emociona o leitor ou o ouvinte. Ver http://wikipedia.org/wiki/discurso. Acessado em 22/11/2010 17h27.
Aqui neste blog trataremos da 'saúde cotidiana', visando o discurso lógica ou dialeticamente produzido. E como observa Dominique Maingueneau (Revista Langages, nº117) há discursos fundadores ou constituintes, como o religioso, o filosófico, o jurídico, o literário e o científico. Essas são construções sociais, não individuais, analisáveis pelo contexto histórico social e suas condições de produção, refletindo uma visão de mundo determinada, que vincula seus autores à sociedade em que vivem. E as marcas que eles nos legam são empiricamente detectadas nos produos que denominamos textos, mas o objeto dessa investigação são os discursos que interligam sílabas, palavras, frases, parágrafos, capítulos ou blocos, em sequência linear de escrita; ou assumem formatos variados, mobilizando recursos como a diagramação, as ilustrações, os infográficos etc que caracterizam os textos não-contínuos.
Como exemplos de tipos textuais contínuos, cabe referir alguns:
1- Narração/Relato: Neles os fatos e ações são realizados em uma sequência temporal, baseada em uma relação de causa e efeito; a informação pauta-se pelo quando.
2-Exposição: Nesse texto a informação traduz conceitos compostos ou construtos mentais, oferecendo explicações de como os componentes se interrelacionam, num todo significativo, de modo que esses conceitos/abstrações sejam analisados e sintetizados.
3-Argumentação: Tipo textual que responde a perguntas do tipo por quê, apresentando proposições acerca das relações entre conceitos. A informação é temática: as ideias, as opniões, os fatos,os conhecimentos são apresentados, comentados, explicados, confrontados, defendidos ou negados por proposições verbais ou icônicas que remetem a outras proposições.
4-Descrição: ela responde a perguntas do tipo o quê: sua informação especifica e caracteriza os objetos, as pessoas, ou os processos, selecionando os seus traços distintivos. Consideram-se nela os espaços com suas propriedades, desconectados de sua dimensão de temporalidade.
5-Instrução/Injunção/Prescrição: Visa uma determinada finalidade e orienta sobre o que fazer: os procedimentos, as regras, os regulamentos, os estatutos, as receitas, as bulas etc.
6-Documento ou registro: é o texto que padroniza ou conserva informações. Seus aspectos obedecem à formatação e padronização, visando a preservação para fins públicos, tais como os formulários.
7-Hipertexto: é um conjunto de fragmentos de texto conectados entre si, as unidades podem ser lidas em diferentes rotas ou sequências, abertas por diferentes links. Vejam-se as palavras-chave e artigos publicados na Internet, com seus diferentes caminhos.
Cabe observar que num tipo textual encontram-se muitas especificações que denominamos gêneros. Por exemplo: no narrativo as novelas, contos, romances, fábulas, crônicas. No relato: cartas, biografias, notícias etc. No expositivo: os resumos, os verbetes de dicionário, as aulas etc. No argumentativo: artigos de opnião, trabalhos acadêmicos como as dissertações e teses. Na descrição: aníncios de produtos, fichas técnicas, retratos falados etc.
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